Escrevo este artigo com o objetivo de ajudar
as crianças que a cada vez mais estão sendo vítimas de violência e abuso
infantil.
Através deste texto, convido todos á uma
reflexão sobre esse chocante tema do abuso sexual infantil que é hoje um grave
problema de saúde pública segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde).
As vítimas de abuso sexual são crianças e
adolescentes de ambos os sexos e todas as classes sociais.
O abuso sexual infantil é definido por
práticas eróticas e sexuais impostas às crianças ou adolescentes por violência
física, ameaça ou indução e podem variar desde atos em que não existam contato
físico (assédio, voyeurismo, exibicionismo) e outros diferentes atos com
contato físico.
Vale ressaltar que a indução, sedução e
erotização de uma criança já se considera abuso.
Entre os adultos o abuso sexual é definido
como todo relacionamento em que a sexualidade é explorada sem o consentimento
de uma das partes envolvidas.
O abuso sexual infantil gera problemas
sociais, psicológicos e cognitivos por toda a vida e feridas profundas que
podem ser invisíveis, pois muitos silenciam perante esse tema.
A
criança abusada pode vir a negar ou reprimir os seus sentimentos decorrentes do
ato abusivo, pois ela se sente em conflito entre ter que ser fiel ao abusador
(Que a ameaça e que normalmente a agrada), não contando a ninguém o que está
acontecendo.
O conflito se dá porque a criança não tem consciência
de que o que está acontecendo é errado, mas a sua sensação é de um profundo
abandono. A criança sente medo de que o abusador possa vir a se vingar dela ou
de sua família, caso ela conte a alguém, pode sentir também vergonha e até medo
de que a sua família se desfaça caso o “segredo” seja revelado.
Normalmente a sexualidade é uma expressão do
amor e quando essa é violada, torna-se uma agressão e traição ao amor.
É preciso que pais e cuidadores fiquem
atentos, pois de alguma maneira a criança vai manifestar que algo está errado
com ela, seja no sono, na alimentação, no rendimento escolar, por isso é
importante conhecer bem a sua criança, certamente se um abuso estiver
ocorrendo, ela dará sinais mesmo que sutis.
A
vivacidade infantil da criança que está sendo abusada se apaga e ela pode
manifestar que seu corpo é sujo.
Os sintomas mais comuns apresentados são:
·
Transtorno de stress pós traumático;
·
Angústia;
·
Dificuldade de concentração;
·
Irritabilidade;
·
Terror noturno;
·
Lapsos de memória;
·
Transtorno de ansiedade;
·
Depressão;
·
Isolamento social;
·
Raiva;
·
Hostilidade;
·
Problemas gástricos;
·
Encoprese;
·
Enurese;
·
Reações fóbicas;
·
Transtornos alimentares;
·
Baixo rendimento escolar;
·
Medo;
·
Baixa auto estima.
A maioria dos estudos apontam, que grande
parte dos abusos sexuais contra a infância e adolescência são cometidos por
pessoas muito próximas.
Normalmente o agressor é alguém conhecido,
carinhoso e que conquista a confiança de toda a família.
Os pais precisam manter um diálogo aberto e
acolhedor com seus filhos. Educação
sexual não deve ser tabu, o assunto da sexualidade deve ser tratado de forma
natural, se os pais expuserem para a criança que o sexo é uma coisa suja, o
abusador vai se aproveitar disso.
A criança precisa ter consciência de que está
sendo violada, pois muitas vezes ela não tem a compreensão do que está sendo
feito com ela e ainda se sente culpada. Os pais devem ensinar a criança de
maneira simples e objetiva, que o ato sexual entre criança e adulto é errado.
Durante
o banho ou higiene, por exemplo, é recomendável orientar aos filhos de que
ninguém pode tocá-los fora desse contexto.
O desenvolvimento infantil acontece de
maneira muito mais saudável se são mantidas relações estruturadas no âmbito
familiar. Relações bem estabelecidas
entre pais e filhos perduram e influenciam toda a história da criança.
Toda criança sente prazer em seus genitais e
é normal que elas se masturbem, apesar de muitos pais se sentirem chocados com
isso, mas essa questão precisa ser tratada com naturalidade, elas não devem ser
culpadas por suas sensações, precisam ser orientadas de que a situação com o
agressor é errada.
O abuso sexual que se instala com a sedução,
traz sensações fisiológicas de excitação que a criança não tem estrutura para
elaborar psiquicamente. Isso gera uma hiperexcitação que pode se transformar em
ansiedade ou hipersexualização em que ela é forçada a um desenvolvimento fálico
ou genital precoce (ANNA FREUD, 1993, p. 14).
É preciso acolher nossas crianças e as que
estão sendo violentadas precisam ter um acompanhamento psicológico com
profissional capacitado.
A recuperação do trauma vai depender da idade
em que a criança foi vítima, a proximidade com o abusador e o tempo em que a
criança foi violentada.
No tratamento psicológico, o profissional
precisa atender a criança, sempre respeitando os seus limites e também atender
aos familiares orientando-os e também os acolhendo.
“O
erotismo é uma interrogação e sempre será, o que quer que diga qualquer
determinação futura.
Por
um lado, ele pertence à natureza animal primitiva do homem, que existirá sempre
enquanto o homem tiver um corpo animal. Por outro lado, porém, ele é aparentado
às formas mais elevadas do espírito. Mas ele só floresce quando espírito e
instinto estão na sintonia correta. Quando falta um desses aspectos ocorre um
dano, ou pelo menos uma unilateralidade, um desequilíbrio, que pode facilmente
desembocar em algo doentio (JUNG, 2005, p.31)”.
A participação de toda a sociedade é
fundamental para que consigamos juntos extinguir à violência contra o menor.
Divulguem este artigo para que o maior número de pais e cuidadores recebam
orientação e assim consigam prevenir que suas crianças não sofram essa
agressão.
Texto escrito por: Helen Cristina
Sellmer Zeviani
Psicóloga Clínica – CRP: 06/87036 SP
Contato: (11) 3446-8110 e (11)
99825-6475
Fonte: Ministério da Saúde, 2002b
Vídeo sobre a prevenção do abuso sexual infantil
Fonte: Youtube
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