terça-feira, 12 de abril de 2016

Quem Cala Sente!

Você é o tipo de pessoa que expressa espontaneamente o que você está pensando e sentindo?
 Muitas pessoas reprimem os seus sentimentos por receio de desagradar alguém, não ser aceito, para não se expor ou até na intenção de evitar conflitos.
Mesmo tendo uma opinião divergente, muitas pessoas preferem não expressar, porém esse silêncio acaba gerando muitos conflitos interiores, desconforto e culpa.
A palavra não expressada não é digerida, fica ”entalada” e ocasiona uma série de consequências negativas, pois o corpo encontra uma, outra maneira de expressar o sentimento reprimido, então o silenciar pode desencadear somatizações como:
·         Estresse;
·         Problemas estomacais;
·         Perda de Cabelo;
·         Agressividade;
·         Depressão;
·         Asma;
·         Ansiedade, etc.
É preciso pensar que o silencio também é revelador, tão revelador quanto falar sobre o sentimento, pois quem cala fica com a sensação de ter engolido um sapo e a linguagem corporal pode vir a demonstrar essa frustração e o outro também percebe que a pessoa que calou não expos tudo o que gostaria.
Para Jung, reprimir os sentimentos dá mais força à eles, possibilitando a formação de complexos.
O sentimento de raiva, por exemplo, quando fica guardado por muito tempo se potencializa e pode vir a ser expressado de uma maneira inadequada e desfavorável depois , enquanto que se o sentimento for reconhecido e admitido logo, pode vir a ajudar  a pessoa a se construir através deste .
Identificar os sentimentos é muito importante, assim como entrar em contato com eles é um ato de coragem!
Segundo Jung, impulsos autodestrutivos e sentimentos socialmente inaceitáveis fazem parte da natureza humana e os conteúdos que negamos ficam em nossa sombra.
Nossas emoções são a forma como expressamos nossa percepção e essas precisam ser respeitadas.
Todas as pessoas, tem o direito de ter sua própria opinião, conceito, valor e anseio e reprimir sentimentos significa negar isso.
Muitas pessoas negam seus sentimentos até para si próprias, escondem a sua verdade e escolhem sofrer caladas impulsionadas pelo medo de desagradar e vir a perder o afeto daquela pessoa a qual ela irá contrariar ou para proteger o outro da frustração.
As pessoas que estão vivenciando um relacionamento abusivo também tendem a se calar.  Um relacionamento abusivo se dá quando um dos lados usa seu poder seja ele físico, psicológico ou emocional para controlar o outro e assim o coloca também diante de situações humilhantes e constrangedoras, usando da superioridade, possessividade, chantagem emocional e manipulação.
O problema de expressão verbal pode ter inicio na infância, quando começamos a construir a base dos nossos relacionamentos.
Se a criança é criada em uma estrutura em que não há muito diálogo em casa, em que os pais tem, pouco tempo ou disposição para lhe ouvir, se a criança convive com pessoas que se  irritam facilmente,  ela pode incorporar o conceito de que o que tem a dizer não é importante e enfurece os outros.
Tanto homens como mulheres, crianças devem de alguma maneira exercitar a expressão dos sentimentos sem pensar que isso significa demonstrar fragilidade.
Quando a boca cala o corpo fala. Quando a boca fala o corpo sara!

Texto escrito por: Helen Cristina Sellmer Zeviani
Psicóloga Clínica – CRP: 06/87036 SP
Contato: (11) 3446-8110 e (11) 99825-6475

sexta-feira, 1 de abril de 2016

Estresse e Síndrome de Burnout


Na medida em que o homem foi se desenvolvendo intelectualmente e que surgiram os avanços tecnológicos, a competitividade, sobrecarga de trabalho, pressão e consumismo ele foi se esquecendo de cuidar da sua relação com o corpo.
 As questões psicológicas se expressam no corpo que adoece quando a psique se desequilibra.
O bem estar psicológico e o equilíbrio entre a vida particular e profissional são fundamentais para garantir benefícios ao corpo e as relações interpessoais, porém as pessoas estão cada vez mais estressadas (Estresse=Desgaste/Tensão).
A pessoa submetida a estresse crônico tem a sua qualidade de vida comprometida, tende a manter o foco no elemento estressor, pois seu raciocínio fica prejudicado, se torna agressiva, irritada e impaciente.
O estresse crônico é gerado por um estresse prolongado e excessivo e pode acometer a todas as pessoas, independente da classe social, sejam elas donas de casa ou profissionais de qualquer área de trabalho, porém é mais comum em pessoas jovens e idealistas.
Os profissionais que atendem diretamente e de forma intensa a outras pessoas podem ser acometidas por um estresse denominado Burnout.
A Síndrome de Burnout é uma Síndrome de esgotamento profissional que é desencadeada por uma grande pressão interna.
Burnout é um conjunto de sintomas que se manifestam em resposta ao estresse laboral crônico. Os sintomas que se apresentam são: exaustão, falta de energia, indiferença as pessoas com as quais convive, ironia, insatisfação, desmotivação, falta de recurso emocional, tensão, cansaço, fadiga, baixa autoestima, negativismo, frieza e despersonalização.
Quando a pessoa está sofrendo deste tipo de estresse crônico ela vai de um extremo de sentir que tem que fazer tudo, para um outro extremo de não conseguir fazer nada, pois a pessoa perde a força e começa a evitar as coisas que ela tem pra fazer, tudo passa a ser um grande problema e ela perde a esperança.
As relações com colegas de trabalho, pacientes, clientes e pessoas do convívio de modo geral, passam a se deteriorar. Quando a paciência começa a faltar é hora de procurar ajuda.
A partir da Síndrome de Burnout o corpo pode passar a gerar sintomas psicossomáticos como, por exemplo, dor de cabeça, dor de estômago, alergias, infecções, diabetes, pressão alta, acidente vascular cerebral, ataque cardíaco, depressão, etc. As manifestações somáticas revelam desarmonia.
Os principais fatores que desencadeiam a Síndrome de Burnout são a falta de limites e insegurança pessoal que faz com que a pessoa queira provar a todo o momento a sua competência.
A Associação Internacional de Gerenciamento de Estresse aponta que o Brasil é o segundo país no mundo com maior nível de estresse.
Para que o problema seja solucionado é recomendado que a pessoa que sofre desta Síndrome se dê a permissão de “desligar-se” de tudo o que lhe gera estresse por pelo menos algumas horas e passe a encontrar prazeres no seu dia, além de tentar dormir o suficiente, pois o sono inadequado afeta negativamente o humor. É muito importante que o estressado fortaleça sua vida social, que procure por divertimento em suas horas de lazer, que busque administrar o seu tempo conciliando atividades de trabalho com lazer, que alimente-se bem, que busque ter um estilo de vida saudável, que aprenda técnicas de relaxamento, que busque por danças circulares que também é uma técnica terapêutica eficaz e principalmente que procure ajuda de um psicólogo afim de reestabelecer o amor próprio, trabalhar traumas, complexos muitas vezes inconscientes e resgatar a relação com o próprio corpo.
Em psicoterapia, o paciente irá exercitar a construção do seu caminho e identificar padrões que podem estar atrapalhando o seu desenvolvimento, como por exemplo, uma personalidade rígida e em psicoterapia passará também a ter maior consciência de si mesmo e do “aqui agora”.
As pessoas que convivem com alguém que sofre de estresse crônico recomendo que a incentive a procurar ajuda psicológica, que não a julgue e que não seja reativo ao seu estresse pois isso só irá potencializar o problema. É valido também ajudar a pessoa estressada a estimular a criatividade com a finalidade de sair da rotina e procurar soluções para os fatores estressantes.

Texto escrito por: Helen Cristina Sellmer Zeviani
Psicóloga Clínica – CRP: 06/87036 SP
Contato: (11) 3446-8110 e (11) 99825-6475


Fonte: Associação Internacional de Gerenciamento de Estresse