terça-feira, 3 de novembro de 2015

Obesidade Infantil

A obesidade infantil é hoje um problema de ordem mundial. No Brasil, uma a cada três crianças estão com sobrepeso, o que corresponde a 33,5% das nossas crianças.

Esse texto apontará aspectos sobre o transtorno alimentar, as influências culturais e também tem a intenção de servir como alerta para pais, educadores e toda a sociedade.

Os principais riscos para as crianças obesas são:
- Elevação de triglicérides, colesterol, hipertensão, diabetes, doenças cardiovasculares, ácido úrico, alguns tipos de câncer, problemas ortopédicos, dermatológicos e respiratórios.
- Os fatores psicológicos de risco são a baixa autoestima, stress e depressão.

É fundamental nos atentarmos para o ambiente alimentar que construímos, pois esse determina a expectativa de vida
das nossas crianças.

O que você costuma oferecer ao seu filho no horário de lanche e durante as refeições?

Entre um pote de iogurte e uma fruta, qual costuma ser a sua opção?

O seu filho tem o hábito de tomar água? Com que frequência toma refrigerantes e sucos industrializados?

As nossas crianças estão ingerindo mais calorias do que deveriam e o consumo excessivo de açúcar é responsável pela morte de 35 milhões de pessoas no mundo, o que equivale á população do Canadá.

É muito importante que as crianças encontrem em seus pais e familiares um modelo saudável de alimentação. Não adianta reprimir a criança se os pais e as pessoas com as quais ela convive diariamente não comem frutas, verduras, legumes e fazem pratos fartos e gordurosos durante as refeições.

Muitas vezes as mães não conseguem cozinhar em casa por motivo da falta de tempo ou por trabalharem fora e assim a alimentação da família muitas vezes é baseada em sanduíches, pizzas e outros alimentos calóricos.

É preciso ter comida de verdade em casa e também é muito válido colocar a criança para participar da compra do
alimento no mercado, participar a criança do preparo dos alimentos em casa, conscientizar a criança sobre o que é saudável para o seu desenvolvimento, o valor de cada alimento e se possível plantar com a criança, fazer as refeições e os lanches junto com ela, desligar a TV e equipamentos eletrônicos na hora das refeições e zelar para não fazer da guloseima, uma forma de compensação.

Estudos apontam que a criança que é amamentada no seio materno é menos sujeita a engordar.

Comer não é só fonte de prazer, mas também tem uma função tranquilizadora e é uma forma que a criança encontra
de localizar e administrar a ansiedade, angústia, frustrações e limites do corpo. (Marchesini 1999)

Quando estamos tensos ou deprimidos, sentimos desejo de comer doces e carboidratos, pois esses ajudam a elevar os níveis de serotonina, isso somado a inatividade física agrava o problema.

Outro aspecto que potencializa o problema da obesidade é que as crianças hoje não brincam o suficiente para gastar suas energias, as crianças brincam com os dedos em Iphones, Ipods, etc. Além de que os pais sentem medo em deixar que seus filhos saiam de dentro de casa para brincar. Antigamente as crianças brincavam na rua e hoje brincam apertando botões de games e brinquedos que pulam, dançam, correm e cantam por elas, esse processo alimenta a indústria que fabrica esses brinquedos e também a indústria de propaganda, pois as crianças enjoam rápido desses brinquedos e logo pedem outro aos seus pais que acabam comprando, com isso o "brincar criativo" fica prejudicado. Conversar com a criança sobre o que aparece na mídia e estabelecer limites é fundamental.

Há também uma relação direta entre a obesidade infantil e o numero de horas em que a criança fica exposta no entretenimento da televisão e computadores. Hoje a capacidade onírica é transferida para a TV.

A criança obesa é estigmatizada, discriminada e recebe apelidos destrutivos a sua auto imagem.

 É importante comunicar á criança que ela é amada independente do seu peso, as crianças obesas precisam de suporte, aceitação e encorajamento por parte dos pais, precisam sentir que possuem espaço para expressar suas preocupações e anseios. Crianças obesas tem maior dificuldade em lidar com suas experiências no campo do prazer e em suas relações sociais, além de adiar satisfações (Campos 1993).

Os pais não devem também superproteger os seus filhos, pois crianças superprotegidas passam a ver o mundo como um espaço ameaçador, isso desencadeia a ansiedade e os deixa mais sujeitos a obesidade.

Combater a obesidade é uma luta que vale a pena, pois a cada cinco crianças obesas, quatro vão permanecer obesas na fase adulta.

O primeiro importante passo a ser dado é estimular a criança a ter consciência de seu corpo, procurar manter a criança entretida, ativa e buscar implantar para toda a família bons hábitos de vida.



Fonte:        
Mello Filho, J. : Burd, M: (org); Doença e Família;
Casa do Psicólogo; São Paulo; 2004. Obesidade e Família;
Filme: Muito Além do Peso (YouTube);

Helen Cristina Sellmer Zeviani

Psicóloga Clínica - CRP: 06/87036 SP

Contato: (11) 3446-8110 e (11) 99825-6475

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