Este texto tem o objetivo de tratar sobre o
uso abusivo da internet, essa dependência psicológica que inclui um desejo e
necessidade irresistível de manter-se conectado ao Facebook, Whatsapp,
Instagran etc.
A internet se tornou um campo de dependência
tal como o vício por álcool, vício por trabalho, jogos, religião entre outros,
trata-se de uma dependência comportamental.
As novas tecnologias surgiram em meados da
década de 90 e com isso surgiram também novos comportamentos humanos.
O uso da internet se torna patológico a
partir do momento em que essa se torna a atividade mais importante da vida da
pessoa a ponto de dominar pensamentos, sentimentos e comportamentos. O problema
está no exagero!
Algumas pessoas deixam suas atividades do
mundo físico para viver o mundo virtual de maneira obsessiva.
É possível perceber que o uso da internet
está sendo prejudicial quando esse começa a colocar em riscos as relações
familiares e sociais, quando se começa a notar prejuízos escolares e no trabalho
e quando começam as manifestações de irritabilidade, impaciência, inquietude,
baixa autoestima, tristeza, ansiedade, alteração de humor, depressão e
instabilidade emocional.
A dependência tecnológica ou uso excessivo da
internet enquadra-se no Código Internacional de Doenças (CID) como Transtorno
do Controle do Impulso (F63.9).
Os recursos tecnológicos e a velocidade das
comunicações são tão intensos que em alguns casos acabam se tornando
verdadeiras armas de destruição psíquica, pois muitos usuários manifestam
crises de ataques de fúria quando não conseguem conexão e faltam ao cuidado
consigo mesmo e ou com outras pessoas que estão em seu convívio.
A internet e as mídias digitais trouxeram novas formas de relacionamento.
Há pessoas que utilizam a internet como
ferramenta para vencer a timidez, pois conseguem se tornar mais sociáveis
através delas. As redes sociais oferecem um campo de possibilidade em que o
usuário tem um papel libertador de aspectos agressivos, sombrios e até
conhecidos, mas pouco assumidos perante os outros.
Em consultório é comum recebermos relatos de
pessoas que temem não ser amadas caso mostrem como elas são na realidade, então
na internet criam um “papel libertador”.
Uma rígida Persona na vida offline faz com
que seja libertada a sombra na internet. A criação de diversas Personas no
mundo virtual também é possível, deixando à sombra para ser vivenciada no mundo
offline.
A internet oferece uma sensação de controle
sobre as relações com os outros e a imagem de si mesmo, assim como também serve
de máscara.
Outra queixa frequente em consultório é a de
que nas redes sociais muitas vezes são experimentadas situações de invasão de
privacidade, exposição abusiva, bulling e exposição sexual inclusive de
crianças.
Há uma legislação que delimita uma idade
mínima de 13 anos para utilização das redes sociais, mas a maioria dos pais não
seguem essas normas e isso é preocupante, pois o acesso prematuro das crianças
a esses meios de exposição, além de causarem os riscos que já descrevi, também
estimulam um narcisismo precoce.
É muito fácil viciar-se na utilização da
internet porque ela também oferece uma experiência tranquilizante e de
excitação.
O conto das “Sereias Gregas” ilustra esse
poder de sedução da internet.
”As
sereias são mulheres sedutoras que cantam para os marinheiros e os atraem dessa
forma e esses marinheiros incapazes de se conter, são destruídos e comidos
assim que chegam perto delas. A internet parece ser um oceano cheio de ricas
aventuras, peixes e inigualáveis tesouros, mas há uma sereia a espreita que
seduz, chama mas pode destruir, caso a pessoa não consiga se conter ”
(Academia Paulista de Psicologia).
O tratamento psicológico é a forma de
intervenção melhor recomendada neste caso, para que a pessoa consiga ouvir as
“seduções” da internet e considerar-se capaz de resistir a elas e não se deixar
destruir ou se perder de si próprio.
Em psicoterapia, a pessoa tem a possibilidade
de resgatar sua autoestima, a sua essência e sua verdade para assim também
conseguir dar espaço na sua vida real aos sonhos, projetos e imaginações.
Texto
escrito por: Helen Cristina Sellmer Zeviani
Psicóloga
Clínica
CRP:
06/87036-SP
Contato:
(11) 3446-8110 e (11) 99825-6475
Fonte: Academia Paulista de Psicologia
Jung, C. G. (1903/2011). Estudos
Psiquiátricos. Petrópolis: Vozes
Jung, C. G. (1921/1991). Tipos Psicológicos.
Petrópolis: Vozes
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