terça-feira, 7 de fevereiro de 2017

Ciúme e Posse


Quem é que nunca sentiu ciúme?
Sentir ciúme é normal, basta haver um relacionamento de amor que o ciúme pode acontecer pois tem ligação com o desejo de exclusividade ou pelo menos de ser o mais importante na vida do outro sem ter que “dividir” o amor, é uma disputa do espaço conquistado, um querer ter o objeto só para si.
O ciúme tem relação também com sentimentos de exclusão, baixa autoestima, inferioridade, carência e insegurança, porém nem toda pessoa ciumenta é possessiva.
Tanto no ciúme como na posse há o medo da perda, porém na posse há o desafio do poder, ou seja, a pessoa acha que tem poder e direito de controle sobre a vida do outro tornando o relacionamento destrutivo.
Quando a pessoa está tomada pelo sentimento de posse ela deixa de perceber e respeitar as vontades do outro e aí começa a cobrar satisfação de tudo o que diz respeito ao outro, há uma invasão de privacidade, exigências diversas, inclusive para que lhe sejam fornecidas senhas de celulares de redes sociais, conta de banco, etc.
O possessivo muitas vezes torna-se agressivo quando telefona ou manda mensagem e o outro não o atende imediatamente, se sente excessivamente inseguro e qualquer pequeno atraso num encontro marcado pode se tornar um verdadeiro pesadelo.
Segundo a teoria analítica, o centro da nossa consciência é chamado de Ego e esse Ego precisa ter o controle do outro quando não temos o controle de nós mesmos, ou seja, projetamos essa necessidade tornando assim o outro um “objeto” de preenchimento de vazio interno.
A posse também faz com que algumas pessoas mesmo após o término de um relacionamento continuem perseguindo o ex mesmo não havendo mais afeto, apenas para não abrir mão do que “deveria” ser exclusivamente seu.
O ciúme e a posse também estão presentes entre amigos, num ambiente profissional, no relacionamento entre pais e filhos, etc.
Os pais que se apossam de seus filhos tendem a fazer chantagens e se colocam como vítimas quando não são atendidos em seus desejos, o que faz com que os filhos se tornem culpados e inseguros carregando o peso da responsabilidade pela alegria dos pais.
É bom lembrar que amor e poder não ocupam o mesmo lugar, assim como não é possível haver amor onde não há liberdade.
Muitas pessoas interpretam que a manifestação do ciúme e posse com cobranças estão ligadas ao amor, porém com o tempo a relação vai se desgastando pois o excesso de insegurança sufoca e gera irritabilidade.
Quando num relacionamento um dos dois começa a se anular e perder sua personalidade, o término se torna eminente.
A vítima do ciumento e possessivo deve sempre procurar estabelecer limites para que não venha a se despersonalizar, assim como manter um diálogo constante afim de mostrar para o outro que ele tem o seu espaço.
É importante também observar o comportamento e perceber se inconscientemente não está despertando fantasias e provocando ciúmes no parceiro (a).
Sentir ciúme e posse dói, desgasta e entristece, portanto a ajuda psicológica é essencial para o desenvolvimento do autoconhecimento e consequentemente a autoestima, pois para que se consiga confiar em alguém primeiro se faz necessário confiar em si mesmo e cultivar o pensamento de que cada um tem o seu espaço, sua importância e singularidade, tornando a confiança uma doação espontânea ao outro.
Para finalizar esse texto, convido os ciumentos e possessivos a fazerem uma reflexão sobre qual é a lógica de viver em um relacionamento em que você não tem paz e vive vasculhando redes sociais e a vida do outro?
O que é que você tanto procura e investiga? Qual a importância de querer tanto achar algo que possa lhe machucar? O que há por trás dessa procura e desconfiança?
Penso que por trás de toda busca há um desejo de encontrar e se há o desejo de encontrar, que escolha é essa que está fazendo para sua vida e sua saúde?
Qual é o sentido de abrir mão dos bons momentos num relacionamento para viver norteado por “fantasmas”, chateações e brigas?
Procure ser leve, procure se cuidar, sorrir, ser autêntico, deseje a paz e seja feliz independente de ter ou não o outro perto, você merece pois é único,  valoroso e singular !!!

Texto escrito por: Helen Cristina Sellmer Zeviani
Psicóloga Clínica – CRP: 06/87036
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