Quem é que nunca sentiu ciúme?
Sentir ciúme é normal, basta haver um
relacionamento de amor que o ciúme pode acontecer pois tem ligação com o desejo
de exclusividade ou pelo menos de ser o mais importante na vida do outro sem
ter que “dividir” o amor, é uma disputa do espaço conquistado, um querer ter o
objeto só para si.
O ciúme tem relação também com
sentimentos de exclusão, baixa autoestima, inferioridade, carência e
insegurança, porém nem toda pessoa ciumenta é possessiva.
Tanto no ciúme como na posse há o medo
da perda, porém na posse há o desafio do poder, ou seja, a pessoa acha que tem
poder e direito de controle sobre a vida do outro tornando o relacionamento
destrutivo.
Quando a pessoa está tomada pelo
sentimento de posse ela deixa de perceber e respeitar as vontades do outro e aí
começa a cobrar satisfação de tudo o que diz respeito ao outro, há uma invasão
de privacidade, exigências diversas, inclusive para que lhe sejam fornecidas
senhas de celulares de redes sociais, conta de banco, etc.
O possessivo muitas vezes torna-se
agressivo quando telefona ou manda mensagem e o outro não o atende
imediatamente, se sente excessivamente inseguro e qualquer pequeno atraso num
encontro marcado pode se tornar um verdadeiro pesadelo.
Segundo a teoria analítica, o centro da
nossa consciência é chamado de Ego e esse Ego precisa ter o controle do outro
quando não temos o controle de nós mesmos, ou seja, projetamos essa necessidade
tornando assim o outro um “objeto” de preenchimento de vazio interno.
A posse também faz com que algumas
pessoas mesmo após o término de um relacionamento continuem perseguindo o ex
mesmo não havendo mais afeto, apenas para não abrir mão do que “deveria” ser
exclusivamente seu.
O ciúme e a posse também estão presentes
entre amigos, num ambiente profissional, no relacionamento entre pais e filhos,
etc.
Os pais que se apossam de seus filhos
tendem a fazer chantagens e se colocam como vítimas quando não são atendidos em
seus desejos, o que faz com que os filhos se tornem culpados e inseguros carregando
o peso da responsabilidade pela alegria dos pais.
É bom lembrar que amor e poder não
ocupam o mesmo lugar, assim como não é possível haver amor onde não há
liberdade.
Muitas pessoas interpretam que a
manifestação do ciúme e posse com cobranças estão ligadas ao amor, porém com o
tempo a relação vai se desgastando pois o excesso de insegurança
sufoca e gera irritabilidade.
Quando num relacionamento um dos dois começa a se
anular e perder sua personalidade, o término se torna eminente.
A vítima do ciumento e possessivo deve
sempre procurar estabelecer limites para que não venha a se despersonalizar,
assim como manter um diálogo constante afim de mostrar para o outro que ele tem
o seu espaço.
É importante também observar
o comportamento e perceber se inconscientemente não está despertando fantasias
e provocando ciúmes no parceiro (a).
Sentir ciúme e posse dói, desgasta e
entristece, portanto a ajuda psicológica é essencial para o desenvolvimento do
autoconhecimento e consequentemente a autoestima, pois para que se consiga
confiar em alguém primeiro se faz necessário confiar em si mesmo e cultivar o
pensamento de que cada um tem o seu espaço, sua importância e singularidade,
tornando a confiança uma doação espontânea ao outro.
Para finalizar esse texto, convido os
ciumentos e possessivos a fazerem uma reflexão sobre qual é a lógica de viver
em um relacionamento em que você não tem paz e vive vasculhando redes sociais e
a vida do outro?
O que é que você tanto procura e
investiga? Qual a importância de querer tanto achar algo que possa lhe machucar?
O que há por trás dessa procura e desconfiança?
Penso que por trás de toda busca há um
desejo de encontrar e se há o desejo de encontrar, que escolha é essa que está
fazendo para sua vida e sua saúde?
Qual é o sentido de abrir mão dos bons
momentos num relacionamento para viver norteado por “fantasmas”, chateações e
brigas?
Procure ser leve, procure se cuidar,
sorrir, ser autêntico, deseje a paz e seja feliz independente de ter ou não o
outro perto, você merece pois é único, valoroso e singular !!!
Texto
escrito por: Helen Cristina Sellmer Zeviani
Psicóloga
Clínica – CRP: 06/87036
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