Psicologia


A minha abordagem de trabalho é a psicologia analítica que foi iniciada por Carl Gustav Jung e essa é diferente da psicanálise iniciada por Freud.
A psicologia analítica foi desenvolvida com base nas experiências de Jung na psiquiatria, nos estudos de Freud e no amplo conhecimento de Jung sobre as tradições da alquimia, mitologia e história das religiões, portanto sua base de estudos foram á filosofia, cultura, arte e religião.
Jung nasceu na Suíça em 26/07/1875 filho de um pastor da Igreja Reformada da Suíça e neto de médico. Jung se formou em medicina pela Universidade da Basiléia, casou-se, teve cinco filhos, produziu dos 21 aos 86 anos de idade e veio a falecer em sua casa nas margens do lago de Zurique em 06/06/1961.
Em 1904 Jung montou um laboratório experimental com a finalidade de implementar  seu teste de associação de palavras para diagnóstico psiquiátrico. Neste ínterim Jung entrou em contato com as obras de Freud (1856-1939) e eles passaram a se corresponder, estabeleceram uma amizade de aproximadamente sete anos (O primeiro encontro de Jung com Freud foi em 27/02/1907) até que algumas diferenças fundamentais de pensamentos entre ambos fez com que o rompimento se tornasse inevitável em 1914.
Jung é o primeiro transpessoal e sua psicologia é para o Self enquanto a psicologia da psicanálise é voltada para o fortalecimento do ego.
Para Jung o ego deve estar a serviço da evolução da alma. Se o ego está ligado ao cérebro ele está preocupado com o princípio do prazer e é imediatista, para a alma evoluir é necessário o desprendimento do cérebro.
Existem 12 conceitos que sustentam a obra de Jung:

·         Individuação;
·         Teologia ou Finalidade;
·         Sincronicidade;
·         Símbolos;
·         Função Transcendente;
·         Sonhos;
·         Bipolaridade, antinomia ou pares de opostos;
·         Complexos;
·         Arquétipos;
·         Tipos e Funções Psíquicas;
·         Adaptação;
·         Compensação.

Jung vê o homem como um todo, não vê o homem pelo sintoma, mas através do sintoma, o caminho na análise não é contra a doença, mas sim a favor da saúde.
Toda dor deve ser aceita e acolhida para que após sua compreensão possa vir a ser a cura.
Para Jung o objetivo da análise é a individuação que é um processo de desenvolvimento pessoal em que a pessoa caminha na direção de se tornar quem ela realmente é.
 Tudo acontece através do ego que é gestor da consciência, enquanto não se faz o processo de individuação. Quando o processo de individuação se conclui o ego perde a força, se desconstrói e então surge a tolerância, a compaixão, a transformação e a transcendência.
O trabalho do analista Junguiano consiste em aprofundar, ampliar e diluir e questão trazida pelo cliente, ajudar a diferenciar, separar, superar e integrar a própria sombra.
O psicólogo deixa o cliente livre, fazendo intervenções quando preciso, se colocando sempre como outra personalidade a frente do cliente e ambos iniciam uma jornada juntos.  O analista deve ter conhecimento da transferência que acontece entre ele e o cliente, mas não deve fazer uso dela.
Além do discurso verbal, durante o processo psicoterapêutico geralmente são utilizadas outras ferramentas como expressões artísticas com desenhos, pinturas, argila, associações com mitologia, interpretação de sonhos, imaginação ativa, caixa de areia e outras técnicas que proporcionam o desenvolvimento que se enriquece, pois o indivíduo com essas associações e analogias tem insights reveladores e um maior desenvolvimento no sentido do autoconhecimento.
Segundo Jung, as imagens dos sonhos vêm de forma difícil de ser entendida porque o inconsciente se comunica de forma simbólica.
O inconsciente é tido como um sistema ativo e sempre em interação com o consciente. A psicologia Junguiana está interessada no equilíbrio entre ambos.
A linguagem do inconsciente é feita de imagens, símbolos e fantasias já a linguagem da consciência é feita em palavras.
O inconsciente é dividido em dois: pessoal (Onde estão a sombra e os complexos) e coletivo (Onde estão os arquétipos, instintos e heranças da história da humanidade).
Em relação á consciência Jung desenvolveu as atitudes de extroversão e introversão e as funções psicológicas, pensamento, sentimento, sensação e intuição. Todos nós possuímos ambas as atitudes e ambas as funções, porém algumas são mais desenvolvidas para uns e menos para outros.
Um ponto de grande divergência entre Jung e Freud é a questão da libido que para Jung a mesma não tem só natureza sexual, mas também se manifesta em qualquer outra necessidade do indivíduo.
Jung fala também que, o homem tem cinco instintos:

·         Sobreviver;
·         Crescer;
·         Perpetuar;
·         Reflexão.

O Objetivo da psicologia analítica é que a pessoa busque sua essência, o diagnóstico não é a prioridade, mas sim como o indivíduo se organiza e significa o que está lhe acontecendo.
Persona: Arquétipo que representa os diferentes papéis que ocupamos na sociedade (Ex. Mãe, filho, esposa, irmão, profissional, sogra, nora, amiga, etc.) O saudável é que as pessoas transitem pelas várias personas sem se prender a uma única, por exemplo a persona do profissional não deve estar ativo ocupando o lugar da persona do marido.
A persona contrapõe a sombra, construir a persona muitas vezes alivia a tensão da sombra.
Sombra: Contém aspectos que são negados pela pessoa ou até mesmo aspectos que ela desconhece por não ter consciência. A sombra é inconsciente e muitas vezes projetada no outro.
Complexos: Grupo de ideias e imagens carregadas emocionalmente que possuem um arquétipo correspondente. O complexo vem para desconstruir o ego.
Self:  Formado pelo consciente e inconsciente juntos e é o centro da psique total.
Anima: Parte interior feminina da psique do homem
Animuns: Parte interior masculina da psique da mulher.

 
Texto escrito por: Helen Cristina Sellmer Zeviani
Psicologa Clínica de Orientação Junguiana
CRP: 06/87036-SP
Contato: (11) 3446-8110 e (11) 99825-6475

 Fonte: IJEP (Instituto Junguiano de Ensino e Pesquisa)

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