segunda-feira, 28 de dezembro de 2015

Melancolia de Final de Ano


Nessa época do ano, em consultório de Psicologia recebemos muitas pessoas com a queixa de estarem se sentindo melancólicos e infelizes com as festividades do Natal e Ano Novo.

Essa melancolia pode acontecer em outros feriados prolongados e datas comemorativas, porém é bastante comum na época de Dezembro em que o mundo inteiro está celebrando ao mesmo tempo.

 As festas de final de ano tem a representação de encerramento e conclusão e com isso surgem vários “gatilhos” estressores porque as pessoas tendem a fazer uma revisão de sua própria vida nessa época, pensam no que gostariam de fazer e não fizeram, pensam em seus erros, em suas escolhas muitas vezes frustradas feitas durante o ano que está terminando, memórias de lutos, perdas, traumas, desemprego, separações, saudades e feridas dolorosas que ainda podem estar latentes vêm à tona no mês de Dezembro.

Para a maioria das pessoas o final de ano é um período de confraternização, alegrias e festa, mas para muitos é um período extremamente angustiante e triste em que vários sentimentos ficam misturados, como a solidão, fracasso, culpa e inclusive em muitos relatos ouvimos que a pessoa está se sentindo culpada por estar triste e não achar graça em comemorar com a família e amigos o que todos estão comemorando.

É muito importante que seja feita uma reflexão sobre os motivos que pode ter provocado a melancolia para que esta possa ser superada.

A melancolia não deve ser confundida com a depressão, pois a depressão é mais do que um tempo de tristeza. A depressão é um estado que se instala com vários outros sintomas que a caracterizam e pode durar meses ou até anos.

Os sintomas da melancolia de final de ano tendem a desaparecer logo no início do novo ano, assim que a rotina for retomada. Se os sintomas persistirem é fundamental que a pessoa procure pela ajuda capacitada de um psicólogo.

A expectativa sobre o que há por vir e a retrospectiva do ano (muitas vezes difícil) que está se acabando geram a melancolia, assim como o próprio cansaço físico que se dá pela quantidade de compromissos que surgem nesta época, as sucessivas comemorações, o viés comercial do Natal e Ano Novo, a solidão e a convivência forçada com conhecidos e familiares com os quais não se tem muita afinidade, são fatores também desencadeantes da melancolia.

O consumo de massas e chocolates tende a aumentar nesta época do ano por serem precursores de serotonina e muitas pessoas preferem ficar recolhidas e pensativas, fazendo um verdadeiro exercício de limpeza mental e autoconhecimento.

O que recomendo é que essa época não seja usada apenas para “balanço” das perdas, mas sim que também seja feito um “inventário” dos ganhos que se teve ao longo do ano que está acabando.

É importante evitar a comparação da sua própria vida com a vida de outras pessoas, pois a comparação faz com que você tire o foco do seu potencial e das suas conquistas aguçando assim a tristeza.

Viver não pode ter o sentido de disputar, pois cada pessoa é única e tem sua missão, sua história a ser vivida e reinventada quando quiser e sentir a necessidade. Cada ser é livre e brilhante para construir o caminho que considerar ideal para si.

Ter um sentimento de amor e companheirismo por alguém ou que seja por um animal de estimação, ajuda no combate à melancolia.

Nesta época tente estabelecer objetivos alcançáveis, aproveite o período para fazer novos planos como, por exemplo, cuidar da saúde, criar novos hábitos, faça novas propostas para reformular o novo ano que vai começar, você pode escrever seu ano da maneira que desejar, pense em possibilidades para recuperar e conservar a auto estima, não absorva questões externas das quais você não tem controle ou questões negativas que não lhe pertencem.

Procure relacionar-se com quem realmente te faz bem nessa época e seja autêntico, sem medo de ser feliz, sempre respeitando o seu momento e os seus limites.

Desejo um 2016 maravilhoso a todos!!!

Texto escrito por: Helen Cristina Sellmer Zeviani
Psicóloga Clínica
CRP: 06/87036-SP
Contato: (11) 3446-8110 e (11) 99825-6475

quarta-feira, 23 de dezembro de 2015

O Vício na Internet


Este texto tem o objetivo de tratar sobre o uso abusivo da internet, essa dependência psicológica que inclui um desejo e necessidade irresistível de manter-se conectado ao Facebook, Whatsapp, Instagran etc.

A internet se tornou um campo de dependência tal como o vício por álcool, vício por trabalho, jogos, religião entre outros, trata-se de uma dependência comportamental.

As novas tecnologias surgiram em meados da década de 90 e com isso surgiram também novos comportamentos humanos.

O uso da internet se torna patológico a partir do momento em que essa se torna a atividade mais importante da vida da pessoa a ponto de dominar pensamentos, sentimentos e comportamentos. O problema está no exagero!

Algumas pessoas deixam suas atividades do mundo físico para viver o mundo virtual de maneira obsessiva.

É possível perceber que o uso da internet está sendo prejudicial quando esse começa a colocar em riscos as relações familiares e sociais, quando se começa a notar prejuízos escolares e no trabalho e quando começam as manifestações de irritabilidade, impaciência, inquietude, baixa autoestima, tristeza, ansiedade, alteração de humor, depressão e instabilidade emocional.

A dependência tecnológica ou uso excessivo da internet enquadra-se no Código Internacional de Doenças (CID) como Transtorno do Controle do Impulso (F63.9).

Os recursos tecnológicos e a velocidade das comunicações são tão intensos que em alguns casos acabam se tornando verdadeiras armas de destruição psíquica, pois muitos usuários manifestam crises de ataques de fúria quando não conseguem conexão e faltam ao cuidado consigo mesmo e ou com outras pessoas que estão em seu convívio.

A internet e as mídias digitais trouxeram novas formas de relacionamento.

Há pessoas que utilizam a internet como ferramenta para vencer a timidez, pois conseguem se tornar mais sociáveis através delas. As redes sociais oferecem um campo de possibilidade em que o usuário tem um papel libertador de aspectos agressivos, sombrios e até conhecidos, mas pouco assumidos perante os outros.

Em consultório é comum recebermos relatos de pessoas que temem não ser amadas caso mostrem como elas são na realidade, então na internet criam um “papel libertador”.

Uma rígida Persona na vida offline faz com que seja libertada a sombra na internet. A criação de diversas Personas no mundo virtual também é possível, deixando à sombra para ser vivenciada no mundo offline.

A internet oferece uma sensação de controle sobre as relações com os outros e a imagem de si mesmo, assim como também serve de máscara.

Outra queixa frequente em consultório é a de que nas redes sociais muitas vezes são experimentadas situações de invasão de privacidade, exposição abusiva, bulling e exposição sexual inclusive de crianças.

Há uma legislação que delimita uma idade mínima de 13 anos para utilização das redes sociais, mas a maioria dos pais não seguem essas normas e isso é preocupante, pois o acesso prematuro das crianças a esses meios de exposição, além de causarem os riscos que já descrevi, também estimulam um narcisismo precoce.

É muito fácil viciar-se na utilização da internet porque ela também oferece uma experiência tranquilizante e de excitação.

O conto das “Sereias Gregas” ilustra esse poder de sedução da internet.

As sereias são mulheres sedutoras que cantam para os marinheiros e os atraem dessa forma e esses marinheiros incapazes de se conter, são destruídos e comidos assim que chegam perto delas. A internet parece ser um oceano cheio de ricas aventuras, peixes e inigualáveis tesouros, mas há uma sereia a espreita que seduz, chama mas pode destruir, caso a pessoa não consiga se conter ” (Academia Paulista de Psicologia).

O tratamento psicológico é a forma de intervenção melhor recomendada neste caso, para que a pessoa consiga ouvir as “seduções” da internet e considerar-se capaz de resistir a elas e não se deixar destruir ou se perder de si próprio.

Em psicoterapia, a pessoa tem a possibilidade de resgatar sua autoestima, a sua essência e sua verdade para assim também conseguir dar espaço na sua vida real aos sonhos, projetos e imaginações.

Texto escrito por: Helen Cristina Sellmer Zeviani
Psicóloga Clínica
CRP: 06/87036-SP
Contato: (11) 3446-8110 e (11) 99825-6475

Fonte: Academia Paulista de Psicologia
Jung, C. G. (1903/2011). Estudos Psiquiátricos. Petrópolis: Vozes
Jung, C. G. (1921/1991). Tipos Psicológicos. Petrópolis: Vozes


domingo, 29 de novembro de 2015

Os cinco princípios do Reiki


A prática do Reiki tem cinco princípios básicos que foram estabelecidos por Mikao Usui . Esses princípios foram criados com o propósito de estimular a reflexão e a cura mental, portanto não devem ser entendidos como uma lista de regras.
 
Só por hoje:
Estar presente é muito importante para que a pessoa sinta a vida e seja verdadeiramente feliz.
Aqui (Espaço) Agora (Tempo). Ancorar o viver nessa sintonia é o que proporciona o verdadeiro bem estar.
Considerar o momento presente não significa que estará anulando o passado e o futuro, mas sim considerar que no aqui agora estão ás experiências, o self e os planos.  Viver o agora é imprescindível para a construção de um futuro pleno.

 Primeiro Princípio: Só por hoje não sinta raiva
A raiva é um veneno que prejudica o organismo, consome enorme energia do nosso cérebro, sistema nervoso e órgãos vitais.  Cultivar a paz e tolerância traz equilíbrio e prosperidade. 

Segundo Princípio: Só por hoje não se preocupe
Toda preocupação vem carregada de fantasia que é construída pela imaginação.
Pré-ocupar-se é o mesmo que imaginar antecipadamente possíveis problemas relacionados à vida.

Terceiro Princípio: Só por hoje seja grato
O sentimento de gratidão é nobre e beneficia o emocional. Sentir-se grato é reconhecer o que foi recebido de alguém, do universo e da vida. O sentimento de gratidão é transformador.

Quarto Princípio: Só por hoje cumpra suas obrigações com retidão
Cumprir o dever, a missão e as responsabilidades, com consciência proporciona bem estar e equilíbrio físico e mental. 

Quinto Princípio: Só por hoje seja gentil com todos os seres
Gentileza é amabilidade, delicadeza, uma maneira de demonstrar atenção e cuidado. Ser gentil torna os relacionamentos mais humanos e melhora o convívio entre as pessoas quando é praticado com sinceridade e simplicidade. 

Os preceitos do Reiki não pregam uma filosofia, um credo ou uma religião, mas um modo de viver baseado na calma, na confiança, na gratidão, na honestidade, na justiça e na bondade.
Namastê!

Texto escrito por: Helen Cristina Sellmer Zeviani
Psicóloga Clínica de Orientação Junguiana e Terapeuta Holística
Contato: (11) 3446-8110 e (11) 99825-6475

 
Fonte: O legado do Dr. Mikao Usui

 
 

domingo, 22 de novembro de 2015

Normose - A Normalidade Doentia


Esse texto aponta considerações sobre a normose, suas características e critérios para que se possa afirmar se uma pessoa ou uma época são normóticas.
Normose é uma normalidade doentia e pode ser definida como um conjunto de normas, conceitos, valores, estereótipos, hábitos de agir e pensar que são aprovados pela maioria em uma determinada sociedade e que provocam sofrimento, doença e até morte. É a estagnação do desejo, que impede o fluxo evolutivo e a necessidade constante de ser como os outros.
Seguir normas cegamente, sem escutar a voz interior é o mesmo que tornar-se escravo e tomar consciência da normose e o que está causando a mesma é libertador.
A normose se inicia quando a criança passa a querer corresponder á imagem que os pais têm dela, nessa tentativa a criança terá medo de não conseguir corresponder e frustrar aos seus pais.
Na fase adulta, numa escolha profissional, por exemplo, a pessoa pode buscar atender ao desejo proveniente do meio familiar ao invés de ouvir o seu próprio desejo e o mesmo pode ocorrer na escolha de um cônjuge e outras situações em que a pessoa entra num “conformismo” e acomodação, fazendo escolhas que poderão “satisfazer” as expectativas de todos, menos as suas mais íntimas necessidades.
Não se trata da questão de dizer que o que os pais, familiares e a sociedade como um todo querem e sugerem seja ruim, mas trata-se de não se esquecer do íntimo que habita em nós.
A proposta em psicoterapia é identificar o que é desejo íntimo e profundo do ser e o que é busca de correspondência dos desejos dos pais e ou sociedade. A psicoterapia tem por objetivo auxiliar a pessoa no encontro da sua identidade e autenticidade que é perdida ou abandonada ao longo da vida pelo medo de que se perca o que foi construído no ambiente das relações parentais, familiares e sociais.
O desafio é estabelecer a diferenciação das imagens de homens e mulheres que a sociedade incute em nós e nesta etapa surge o chamado “complexo de Jonas” que é o medo da própria grandeza e o conflito entre a exigência de justiça e verdade e a exigência de uma realidade que, nele, é maior do que a verdade e a justiça.
Outro fator que leva a pessoa a viver a normose é a comparação. Cada um de nós tem seu talento e habilidade própria que deve ser considerada e valorizada por nós possibilitando assim o desenvolvimento pessoal a partir de sua própria vocação e não a partir de um único padrão. “O grande arquiteto da vida providenciou que houvesse flores de todas as cores, para que um jardim pudesse exalar a natural harmonia decorrente da unidade na diversidade” (Roberto Crema).
Há como comparar uma rosa e um jasmim ou uma margarida? Escolher a comparação é optar pelo constante sofrimento.
Existe também a normose do “paraíso perdido” em que a pessoa acredita na possibilidade de felicidade permanente e absoluta e a busca fora de si, num casamento, por exemplo, no trabalho, num amigo e nessa busca externa decorre a infelicidade.
A normose da separatividade está caracterizada pelas atitudes e sentimentos de apego, rejeição a tudo o que causa dor ou ameaça, possessividade, ciúmes, competição, rivalidade, orgulho e vaidade quando se tem apego a uma auto-imagem de superioridade perante aos outros, medo, agressão e raiva. Emoções e sentimentos destrutivos refletem em nosso organismo, sob forma de tensão, atacando o sistema endócrino e provocando o adoecimento.
Há a normose do consumismo, normose na área da alimentação com o consumo exagerado de alimentos que não são saudáveis, alimentos industrializados, enlatados, refinados, corantes, normose do alcoolismo e tabaco, normose da invisibilidade social, normose do uso excessivo da tecnologia, normose política em que valores éticos são trocados pelo desejo de poder.
A espontaneidade é o que nos tira da normose, o despertar! (Moreno).
O existencial precisa ser cuidado para que o essencial transpareça. O saudável é ter qualidade de vida e bem estar.
 
 Texto escrito por: Helen Cristina Sellmer Zeviani
 Psicologa Clínica – CRP:06/87036 SP
 Contato: (11) 3446-8110 e (11) 99825-6475 
 
Fonte: Livro  Normose – A Patologia da Normalidade – Autor Jean Yves Leloup e Roberto Crema – Editora Versus
 

quinta-feira, 12 de novembro de 2015

O que é Psicoterapia ?

A psicoterapia analítica tem como meta ajudar o indivíduo a retomar sua essência, desenvolver sua personalidade através do processo de individuação, buscar o seu verdadeiro propósito de vida, permitir o fortalecimento do seu potencial, criatividade e capacidade de lidar com problemas que não consegue resolver sozinho, de modo mais tranquilo e seguro.
A psicoterapia é uma contribuição, convite e ferramenta para o crescimento e os motivos que levam as pessoas ao consultório são diversos desde uma busca de auto conhecimento  até  a resolução de problemas que de alguma maneira causam sofrimento emocional.
Durante a sessão psicoterapêutica de direção Junguiana , analista e paciente sentam-se frente à frente e nessa abordagem é feita uma busca relacionada aos aspectos inconscientes da personalidade, utilizando-se de métodos como análise de sonhos, expressões artísticas, imaginação ativa entre outros.  O terapeuta se abre para a realidade singular que se apresenta a cada sessão e é fundamental que o paciente sinta confiança no profissional, que se sinta seguro e á vontade em um ambiente acolhedor.
A conscientização das emoções, conflitos e o enfrentamento das fraquezas, complexos, traumas é uma travessia muitas vezes permeada por dor e contato com o nosso lado sombrio, lado este que passa a ser iluminado após seu reconhecimento.
A psicoterapia promove uma re-visão da vida, de valores , um voltar-se para dentro, e um questionamento sobre o sentido da própria existência.
“Sou eu próprio uma questão colocada ao mundo e devo fornecer minha resposta, caso contrário, estarei reduzido à resposta que o mundo me der” (Carl G. Jung)
Sempre é tempo de fazer psicoterapia, pois o que está presente em nossa consciência é o “piloto automático” e isso nos distância de vivenciar a plenitude.
O projeto da mente é para a plenitude e através da mente e as funções psíquicas, recebemos energia de vida e configuramos o nosso mundo interno  de harmonia ou desarmonia. Um terapeuta que faça um bom trabalho com seu paciente inevitavelmente irá levá-lo a querer ir além, na busca constante de sua integralidade e empenho direcionado a evolução.
“Somente o que realmente somos tem o poder de nos curar” (Carl G. Jung)
Fazer psicoterapia é conquistar o sentimento de unidade com a vida!

Texto escrito por: Helen Cristina Sellmer  Zeviani
Psicóloga Clínica – CRP: 06/87036 SP

Contato: (11) 3446-8110 e (11) 99825-6475

terça-feira, 3 de novembro de 2015

Onde está a felicidade?

 

Quase todas as nossas ações são permeadas pelo desejo de encontrar a felicidade, pessoas buscam posição, casamento, reputação, sucesso externo, dinheiro como sentido da felicidade, pois vivemos em uma sociedade capitalista em que há a fantasia de que o consumo traz felicidade, porém ao ambicionar por mais aquisições sempre se é gerado mais angústia.
A felicidade autêntica é de dentro para fora, um estado de ser independente do ter, fazer ou receber.
Quando a busca da felicidade é pautada em valores éticos, pessoais e subjetivos e menos ligada á satisfação imediata e materialismo, existe uma maturidade psicológica.
Felicidade não é sinônimo de ausência de problemas, mas sim a capacidade de administrar os problemas.
“A felicidade perderia seu significado se não fosse equilibrada pela tristeza” (Carl G. Jung).
Em 1960 Carl Gustav Jung respondeu em uma entrevista ao jornalista Gordon Young que o seu conceito de felicidade defini-se em:
ü  Boa saúde física e mental;
ü  Boas relações pessoais e íntimas;
ü  A faculdade de perceber a beleza da arte e natureza;
ü  Padrão de vida razoável e salário satisfatório e
ü  Um ponto de vista filosófico ou religioso capaz de lidar com o sucesso e vicissitudes.
Segundo Jung, todos os fatores que são geralmente assumidos para fazer a felicidade podem em determinadas circunstâncias, produzir o contrário.
Não importa como ideal a sua situação possa ser, ela não garante necessariamente, a felicidade.
Quando a pessoa se propõe a passar pelo processo de individuação, passa a existir uma possibilidade de vida plena e o conhecer-se profundamente é também um caminho no sentido da felicidade.
Para muitas pessoas a felicidade pode ser representada por um dia de sol, um cantar de pássaro, um sentir-se parte do todo, ter alegria gratuita, sentir-se grato, disposto a doar amor, atenção, servir.
”Felicidade é acordar com o sentimento de gratidão por estar vivo mais um dia no planeta Terra e poder seguir a missão de partilhar saberes e alegria” (Dalai-Lama)
A felicidade é diferente da alegria, a alegria é uma satisfação momentânea como a conquista de um objetivo, por exemplo, e a felicidade é o estado em que a pessoa se sente bem consigo mesmo.
O estado de felicidade genuína promove relações mais harmoniosas, combate a ansiedade, compulsões etc. A pessoa que está num estado de felicidade tem mais sucesso, saúde e facilidade para absorver conhecimento e este estado é alcançado quando a pessoa constrói uma vida com conteúdo, significados e amplia seu horizonte espiritual na busca de evoluir para ser feliz e ser feliz para evoluir.
Ser feliz é uma decisão!
 
 
Fonte: Dra. Vera Saldanha – Psicóloga Transpessoal – Texto Felicidade Autêntica
Vídeo trecho do filme Eu Maior sobre o conceito de felicidade - YouTube

Texto escrito por: Helen Cristina Sellmer Zeviani

Psicóloga Clínica

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Abuso Sexual Infantil

 
Escrevo este artigo com o objetivo de ajudar as crianças que a cada vez mais estão sendo vítimas de violência e abuso infantil.
 
Através deste texto, convido todos á uma reflexão sobre esse chocante tema do abuso sexual infantil que é hoje um grave problema de saúde pública segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde).
 
As vítimas de abuso sexual são crianças e adolescentes de ambos os sexos e todas as classes sociais.
 
O abuso sexual infantil é definido por práticas eróticas e sexuais impostas às crianças ou adolescentes por violência física, ameaça ou indução e podem variar desde atos em que não existam contato físico (assédio, voyeurismo, exibicionismo) e outros diferentes atos com contato físico.
 
Vale ressaltar que a indução, sedução e erotização de uma criança já se considera abuso.
 
Entre os adultos o abuso sexual é definido como todo relacionamento em que a sexualidade é explorada sem o consentimento de uma das partes envolvidas.
 
O abuso sexual infantil gera problemas sociais, psicológicos e cognitivos por toda a vida e feridas profundas que podem ser invisíveis, pois muitos silenciam perante esse tema.
 
 A criança abusada pode vir a negar ou reprimir os seus sentimentos decorrentes do ato abusivo, pois ela se sente em conflito entre ter que ser fiel ao abusador (Que a ameaça e que normalmente a agrada), não contando a ninguém o que está acontecendo.
 
O conflito se dá porque a criança não tem consciência de que o que está acontecendo é errado, mas a sua sensação é de um profundo abandono. A criança sente medo de que o abusador possa vir a se vingar dela ou de sua família, caso ela conte a alguém, pode sentir também vergonha e até medo de que a sua família se desfaça caso o “segredo” seja revelado.
 
Normalmente a sexualidade é uma expressão do amor e quando essa é violada, torna-se uma agressão e traição ao amor.
 
É preciso que pais e cuidadores fiquem atentos, pois de alguma maneira a criança vai manifestar que algo está errado com ela, seja no sono, na alimentação, no rendimento escolar, por isso é importante conhecer bem a sua criança, certamente se um abuso estiver ocorrendo, ela dará sinais mesmo que sutis.
 
 A vivacidade infantil da criança que está sendo abusada se apaga e ela pode manifestar que seu corpo é sujo.
 
Os sintomas mais comuns apresentados são:

·         Transtorno de stress pós traumático;
·         Angústia;
·         Dificuldade de concentração;
·         Irritabilidade;
·         Terror noturno;
·         Lapsos de memória;
·         Transtorno de ansiedade;
·         Depressão;
·         Isolamento social;
·         Raiva;
·         Hostilidade;
·         Problemas gástricos;
·         Encoprese;
·         Enurese;
·         Reações fóbicas;
·         Transtornos alimentares;
·         Baixo rendimento escolar;
·         Medo;
·         Baixa auto estima.

A maioria dos estudos apontam, que grande parte dos abusos sexuais contra a infância e adolescência são cometidos por pessoas muito próximas.
 
Normalmente o agressor é alguém conhecido, carinhoso e que conquista a confiança de toda a família.
 
Os pais precisam manter um diálogo aberto e acolhedor com seus filhos.  Educação sexual não deve ser tabu, o assunto da sexualidade deve ser tratado de forma natural, se os pais expuserem para a criança que o sexo é uma coisa suja, o abusador vai se aproveitar disso.
 
A criança precisa ter consciência de que está sendo violada, pois muitas vezes ela não tem a compreensão do que está sendo feito com ela e ainda se sente culpada. Os pais devem ensinar a criança de maneira simples e objetiva, que o ato sexual entre criança e adulto é errado.
 
 Durante o banho ou higiene, por exemplo, é recomendável orientar aos filhos de que ninguém pode tocá-los fora desse contexto.
 
O desenvolvimento infantil acontece de maneira muito mais saudável se são mantidas relações estruturadas no âmbito familiar.  Relações bem estabelecidas entre pais e filhos perduram e influenciam toda a história da criança.
 
Toda criança sente prazer em seus genitais e é normal que elas se masturbem, apesar de muitos pais se sentirem chocados com isso, mas essa questão precisa ser tratada com naturalidade, elas não devem ser culpadas por suas sensações, precisam ser orientadas de que a situação com o agressor é errada.
 
O abuso sexual que se instala com a sedução, traz sensações fisiológicas de excitação que a criança não tem estrutura para elaborar psiquicamente. Isso gera uma hiperexcitação que pode se transformar em ansiedade ou hipersexualização em que ela é forçada a um desenvolvimento fálico ou genital precoce (ANNA FREUD, 1993, p. 14).
 
É preciso acolher nossas crianças e as que estão sendo violentadas precisam ter um acompanhamento psicológico com profissional capacitado.
 
A recuperação do trauma vai depender da idade em que a criança foi vítima, a proximidade com o abusador e o tempo em que a criança foi violentada.
 
No tratamento psicológico, o profissional precisa atender a criança, sempre respeitando os seus limites e também atender aos familiares orientando-os e também os acolhendo.

“O erotismo é uma interrogação e sempre será, o que quer que diga qualquer determinação futura.
Por um lado, ele pertence à natureza animal primitiva do homem, que existirá sempre enquanto o homem tiver um corpo animal. Por outro lado, porém, ele é aparentado às formas mais elevadas do espírito. Mas ele só floresce quando espírito e instinto estão na sintonia correta. Quando falta um desses aspectos ocorre um dano, ou pelo menos uma unilateralidade, um desequilíbrio, que pode facilmente desembocar em algo doentio (JUNG, 2005, p.31)”.

A participação de toda a sociedade é fundamental para que consigamos juntos extinguir à violência contra o menor. Divulguem este artigo para que o maior número de pais e cuidadores recebam orientação e assim consigam prevenir que suas crianças não sofram essa agressão.

Texto escrito por: Helen Cristina Sellmer Zeviani
Psicóloga Clínica – CRP: 06/87036 SP
Contato: (11) 3446-8110 e (11) 99825-6475

Fonte: Ministério da Saúde, 2002b

Vídeo sobre a prevenção do abuso sexual infantil

Fonte: Youtube

Cancer de Mama - Outubro Rosa

A campanha de prevenção ao Câncer de Mama está chegando ao final, mas é sempre importante alertar as mulheres sobre os riscos desse tipo de Câncer que pode ser evitado com o conhecimento do próprio corpo e o auto exame.

O câncer de mama é uma doença resultante da multiplicação de células anormais da
mama, que forma um tumor.

Há vários tipos de câncer de mama. Alguns se desenvolvem rapidamente, outros não.

Os principais sintomas do câncer de mama são:

· Caroço (nódulo) fixo, endurecido e geralmente indolor;

· Pele da mama avermelhada ou parecida com casca de laranja;

· Pequenos nódulos na região das axilas ou no pescoço;

· Saída espontânea de líquido dos mamilos.

 Ao identificar qualquer alteração persistente nas mamas um médico deverá ser consultado.

O diagnóstico precoce, informação e tratamento adequado aumentam as chances de cura.

 Previna-se!



 Fonte: INCA (Instituto Nacional do Câncer)

Assédio Moral ou Complexo de Superioridade

Esse é um tema muito importante, pois cada vez mais pessoas, vem sendo atingidas por esse problema social e o assédio moral não atinge somente a vítima mas também a todos que com ela convivem, pois cria-se um ambiente de medo.

O opressor muitas vezes repete o que um dia aconteceu com ele e tem no arquétipo de opressor um escudo para proteger e não frustrar o seu ego, pois demonstrando superioridade o mesmo consegue manipular e gerenciar suas vítimas eis que ele retira delas a opção de pensar e se expressar. O opressor exige que tudo seja feito conforme suas ordens e seu gosto, sempre humilhando ao outro e o mesmo intimida sua vítima acreditando ser esse um direito seu.

Assediar moralmente é expor ao outro á condições degradantes fazendo com que a pessoa se sinta humilhada, desestabilizada e insegura. É um conjunto de violências psicológicas intencionais que podem acontecer de forma direta ou indireta de modo repetitivo e sistematizado com comentários críticos constantes, condutas abusivas manifestadas por meio de palavras, gestos e atitudes causando danos à personalidade, a dignidade ou a integridade física ou psíquica de uma pessoa.

Uma discussão pontual ou uma reação mal humorada de alguém não deve ser considerada assédio moral, pois o que o caracteriza é a frequência do acontecimento.

O assédio moral pode acontecer em qualquer tipo de relação, entre pais e filhos, no âmbito familiar, entre amigos, namorados, mas hoje tem sido um dos maiores problemas de desgaste psicossocial nas empresas.

Nas empresas o assédio moral acontece tanto entre aquele que detém e o que é submetido ao poder, como também entre colegas que estão no mesmo nível hierárquico e acontece também de baixo para cima, por meio de chantagens e boicotes feitos por grupos de funcionários com a intenção de "derrubar" a vítima de um cargo superior.

A dor da vítima que sofre de assédio moral pode ser invisível, pois as pessoas que convivem com ela e presenciam o assédio podem não esboçar reação e passar a ignorar o assediado por medo de vir a sofrer o mesmo.

Um fator que implica na dificuldade de combater esse problema é que a vítima é tão manipulada que muitas vezes acaba se sentindo culpada e por conta disso não toma nenhuma ação.  Quando o assédio acontece no âmbito familiar ou entre casais, por exemplo, a vítima se torna escrava sentimental, sua auto estima é rebaixada e o relacionamento se torna tóxico.

Os indícios de que uma pessoa pode estar sendo assediada moralmente são:

* Isolamento;
* Dificuldade de comunicação;    
* Exclusão de atividades sociais;    
* Responsabilização por erros cometidos por outras pessoas.

A vítima também passa a apresentar sintomas psicossomáticos como dores de cabeça constantes, transtornos digestivos, cardiovasculares, insônia, ansiedade, depressão, estresse, irritabilidade, fobias, aumento ou perda exagerada de peso, dificuldade de atenção, aumento da pressão arterial entre outros.

Buscar ajuda psicológica e denunciar o assédio é fundamental para que tenhamos uma sociedade mais justa, solidária e fraterna.

É preciso que as pessoas saibam que não precisam passar por humilhações de qualquer gênero, que merecem ser reconhecidas e respeitadas dentro de sua singularidade. A pessoa insegura é mais vulnerável ao assédio, portanto é muito importante que as pessoas reconheçam suas limitações e busquem ajuda psicológica.

No caso do opressor é importante pensar que este é também um ser humano doente, pois as pessoas que realmente possuem amor, respeito próprio, paz interior e maturidade não possuem disposição para humilhar ao outro. Cada pessoa oferece ao seu próximo aquilo que ela tem dentro do seu coração, não se dá o que não se tem e a evolução acontece quando o opressor percebe que o complexo de superioridade não o faz melhor que ninguém.


Fonte:Psicologia em Revista

Publicado por: HELEN CRISTINA SELLMER ZEVIANI

Psicóloga Clínica

Contato: (11) 3446-8110 e (11) 99825-6475

Crise da meia idade - Generatividade X Estagnação

A chamada "idade madura" se inicia por volta dos 40 anos, sendo comum que as pessoas nesta faixa etária façam mudanças em seu estilo de vida, que revisem e reavaliem a sua existência e escolhas.

Há o enriquecimento da personalidade, mas também um dilema interno que vem com a percepção de que o êxito pelas conquistas alcançadas durante a vida nem sempre é duradouro. Com intenção de fazer valer seus esforços, surge a necessidade de ensinar, de se doar, para que haja continuidade ao que foi construído, para que seu legado seja perpetuado. Quando em excesso, essa atitude pode levar ao autoritarismo.

Conforme a teoria do desenvolvimento psicossocial, neste estágio da vida, a pessoa pode desenvolver a generatividade, que possibilita influenciar as próximas gerações com os seus feitos ou, ao contrário, experimentar a estagnação.

As mulheres tendem a se culpar pelas renúncias feitas em prol da família e os homens têm a tendência a buscar mais desafios e excitação, exibindo nostalgia por sua adolescência, sendo comum em ambos os casos, a busca por uma série de mudanças, inclusive relacionadas à aparência física.

É um momento de transição e a ele podem estar associados alguns eventos como, por exemplo, a aposentadoria, a saída dos filhos de casa, adoecimentos, menopausa, morte dos pais, casos extraconjugais, dentre outros.

A consciência do fim da juventude e iminência da velhice desencadeiam o processo, pois a pessoa passa a considerar  possibilidades de grandes perdas físicas, congnitivas e emocionais, envolvendo, portanto, aspectos biológicos, socioculturais e psicológicos conscientes e inconscientes.

Até algumas décadas, a forma mais apropriada de viver a idade madura era casando e criando filhos. Hoje, essa perspectiva é ampliada, pois a generatividade pode ser expressa em diversos planos relacionais, inclusive no que diz respeito à carreira e não mais somente na família. Vale aqui salientar que ambientes competitivos, no meio social ou profissional, podem intensificar os conflitos internos.

A crise da idade madura está relacionada ao processo de individuação, processo este que, segundo Jung, nem todos conseguem completar com êxito. É o momento da autoconsciência, pois na primeira metade da vida a energia é canalizada para o mundo externo e nessa fase em questão, passa a ser canalizada para o mundo interno, para o mais profundo do nosso ser e ao que ainda podemos vir a ser.


Os aspectos positivos observados que compreendem essa fase da vida são:

- A pessoa passa a compreender melhor os seus próprios comportamentos, escolhas e os motivos de suas escolhas;

- Os relacionamentos íntimos se tornam mais satisfatórios e seguros;

- Passa a ter maior equilíbrio e presença social;

- É produtiva, responsável e realiza seus planos;

- Torna-se mais calma, transmite tranquilidade, sendo socialmente mais habilidosa e flexível;

- Valoriza sua independência e autonomia;

- Desperta afeto, aceitação e tende a se tornar mais carismática e comunicativa.



 Em contrapartida, os aspectos negativos são:


- O Ego se torna mais frágil e a pessoa não se adapta muito facilmente ao estresse;

- Torna-se defensiva, reage às frustrações e irrita-se com facilidade, não se sentindo confortável com incertezas e complexidades;

- Rejeita pensamentos e experiências negativas;

- Torna-se vulnerável à ansiedade, medos e preocupações;

- Sente-se lesada e vitimizada pela vida.

A psicoterapia e diversas terapias holísticas podem ajudar nesse momento de reencontro consigo mesmo, nas resignificações que esta etapa da vida exige e na busca individual por atividades que tragam prazer e qualidade de vida. A fase da idade madura compreende, portanto, um momento de conciliação entre a vida já vivida e a que se pode e se quer viver.



Fonte:

PAPALIA, E.D.; OLDS, S.W & FELDMAN, R.D. Desenvolvimento Humano. Porto Alegre:
ArtMed, 10ª ed., 2010.

DOCTER, P.; PETERSON, B. Up - Altas Aventuras. 2011.

RABELLO, E.T.; PASSOS, J.S. Erikson e a teoria psicossocial do desenvolvimento.Portal Brasileiro de Análise Transacional.
RJ, n.12, 2014. Disponível em: http://www.josesilveira.com/artigos/erikson.pdf.
Acesso em 15 abril 2015.


Helen Cristina Sellmer Zeviani

Psicóloga - Jundiaí/SP

CRP: 06/87036

Contato: (011)3446-8110 e (11) 99825-6475