A fase da adolescência não necessariamente
tem que ser conflituosa, é um período de transição em que acontecem ajustes
comportamentais e construção social, porém o que ocorre é que muitos pais e
responsáveis tratam a fase da adolescência como uma “sintomatologia” e não entendem
que, faz parte do processo de desenvolvimento a conquista da autonomia.
A saída para as “baladas” na juventude é natural
e geralmente essas saídas acontecem á noite, período este que tem grande efeito
em nossas emoções, o que deixa muitos pais estressados.
Para a diminuição do estresse e ás vezes
desespero dos pais é interessante que já seja um hábito desde a infância o diálogo franco e honesto principalmente sobre álcool, drogas
ilícitas e sexualidade, esse é um grande investimento em prevenção.
Os pais devem aproveitar qualquer
oportunidade para falar objetivamente com seus filhos sobre esses assuntos, utilizando-se por
exemplo, de algum caso conhecido, ou uma cena de novela, seriados, noticiários
da TV e não deixar para falar somente na véspera de alguma festa ou quando um
problema já estiver instalado.
Nossos filhos devem ser tratados com
respeito, atenção e afeto, devem ser encorajados a enfrentar os seus conflitos
internos e externos e não simplesmente ignorá-los ou escondê-los, sendo assim,
para que essa proximidade aconteça os pais precisam se policiar para não
infantilizar seus filhos e não trata-los como robôs ou marionetes a serem
manipuladas.
Combinar regras antes que os filhos saiam
para as suas baladas possibilitará tranquilidade aos pais, como por exemplo, o
horário de retorno e a punição caso o horário seja descumprido.
No caso de
desrespeito as regras, a punição deve ser aplicada sem culpa, se os pais não fizerem isso, outras infrações podem acontecer e após a punição
o adolescente precisará se esforçar para reconquistar através de ações a
confiança dos pais.
Os pais devem fazer com que seus filhos
reflitam sobre os erros que vierem a cometer e se responsabilizem por eles mas
isso não pode ser feito através de ameaças e constrangimentos, é necessário que
exista um cuidado por parte dos pais para não envergonhar os seus filhos
principalmente na frente de outras pessoas utilizando-se de informações íntimas
e particulares do jovem como forma de punição. Essa atitude só irá gerar mágoa
e afastamento na relação, pois os filhos se sentirão traídos.
A intenção não é causar medo nos filhos, mas
sim respeito e responsabilidades.
O uso de bebidas alcoólicas na fase da adolescência
não deveria ser tolerado, porém muitos pais são permissivos e até oferecem bebidas
a seus filhos, nesse momento o exemplo tem que valer mais do que palavras, é verdadeiro o
prazer que a bebida pode gerar, mas as conversas precisam ser
focadas no sentido de quanto é prejudicial o uso de álcool e drogas,
não simplesmente dizer que “faz mal”. Bebida alcóolica tem o tempo certo para
ser experimentada e não é na adolescência que isso tem que acontecer
principalmente por sugestão dos pais.
Enfim, vale ressaltar que mudanças de
comportamentos dos nossos filhos precisam ser observadas assim como o rendimento
escolar. O incentivo a atividades esportivas desde a infância é também uma
medida preventiva para que bons hábitos sejam desenvolvidos.
É importante que os pais se envolvam com os amigos de seus filhos, que saibam quem são eles e suas famílias, procurar saber quais são os lugares frequentados por seus filhos, contar a eles sobre suas vivencias da juventude, seus conflitos, demonstrar interesse a tudo o que diz respeito aos filhos sem que isso se confunda a controle é fundamental. Dessa forma será construída uma relação sólida, amorosa e de confiança entre pais e filhos.
Helen Cristina Sellmer Zeviani
Psicóloga Clínica – CRP: 06/87036SP
Contato: (11) 3446-8110 e (11) 99825-6475