Esse artigo vem tratar sobre a raiva,
emoção que vem sendo constante entre a humanidade.
Raiva é uma emoção e não um sentimento,
assim como o medo e o nojo por exemplo.
A palavra emoção vem do latim (movere) que significa colocar em movimento,
nesse caso, colocar em movimento de dentro para fora.
O sentimento é duradouro como por
exemplo a culpa, insegurança, mágoa, entre outros e tem função valorativa,
racional e consciente enquanto que a emoção é involuntária e primitiva. A
emoção pode gerar o sentimento.
Jung em diversos escritos relata que as
emoções são sinônimo de afeto e podem tomar posse do nosso ego por um certo
tempo pois estariam constelando alguns de nossos complexos.
Se numa situação a nossa cabeça começa a
ferver, o rosto queimar e o coração bater forte, significa que fomos tomados
por alguma emoção e que algum complexo foi ativado.
Jung em sua psicologia analítica
descreve três tipos de raiva:
·
A raiva arquetípica: Que é quando o
espaço do ego é tirado, quando somos tolhidos, contrariados, ou quando algo nos
é negado.
·
A contrariedade a auto alienação:
Acontece quando a pessoa com baixa auto- estima constrói uma auto- imagem
baseada em complexos e personas mas essa imagem não é real, quando essa é
contrariada, desperta-se a raiva.
·
As situações em que nos colocamos,
quando fazemos, ou dizemos algo que na verdade não estamos com vontade de fazer
ou dizer, nos auto- sabotando e assim gerando a raiva.
Com a evolução social e cultural, o
homem vem deixando de prestar atenção à sua linguagem interna e a sua biologia,
tendo dificuldade em identificar corretamente a emoção no momento em que é
vivenciada, por esse motivo, muitas vezes acaba precipitando ações que podem
causar prejuízos a si mesmo e perdas sociais a longo prazo.
A raiva não é uma emoção ruim, ela
mostra onde está a ferida, faz a pessoa agir, e é uma forma de defesa também. A
emoção de raiva deve ser assumida e expressa pois quando há o embotamento, uma
mágoa pode ser gerada, porém há diversas maneiras de expressar a raiva de modo
favorável, sem gerar arrependimentos e a psicoterapia é uma ferramenta de auxílio muito eficaz nesse caso.
As crianças também devem ser orientadas
a reconhecer e entender suas emoções, pois é saudável para o seu
desenvolvimento. Se o adulto esconde suas emoções as crianças também irão
embotar e isso não é bom.
Gritar, dizer palavrões e ofensas pode
ser considerada uma liberação da tensão interna provocada por mudanças
orgânicas que a raiva desperta, assim como fechar os lábios com força e mover
os braços simulando ataque.
Algumas pessoas direcionam a raiva para
si mesmas e a somatização nesse caso é inevitável.
Doenças diversas são geradas quando a
emoção é represada, como hipertensão, alterações cardíacas, degenerações
orgânicas, elevação da taxa de açúcar no sangue e câncer.
Para que se tenha benefício é muito
importante interpretarmos situações e direcionarmos recursos de modo que a raiva
seja transformada e estrategicamente utilizada como algo construtivo.
A ajuda de um psicólogo é fundamental nesse processo quando a pessoa não consegue sozinha.
Muitas pessoas alcançam o êxito como
resposta a uma provocação, humilhação ou perseguição, utilizando a energia da
raiva para se movimentar e lutar por uma vida ou um mundo melhor, para não ter
mais que passar pela situação terrível.
Walt Disney por exemplo, passou por
muitos maus tratos por parte de seu pai em sua infância, sofrimento contínuo e
trabalho pesado, dirigiu ambulância para a Cruz Vermelha na Europa durante a
primeira Guerra Mundial, anos depois criou seus primeiros personagens e foi
roubado e sua resposta a toda essa difícil vivência foi a criação do espetacular
personagem Mickey Mouse.
Portanto a raiva quando compreendida e
expressa de forma correta, pode ser convertida numa força enorme capaz de mover
o mundo!
Texto
escrito por: Helen Cristina Sellmer Zeviani
Psicóloga
Clínica
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Referencias: DARWIN Charles. A expressão
das emoções no homem e nos animais- São Paulo- Cia das Letras. 2009;
Como a mente funciona. São Paulo: Cia
das Letras.1998
Fisiologia das emoções (Marino JR, R –
SP – Savier, 1975
Estudos sobre Psicologia Analítica. O. C. – Vol. 7 –
Petrópolis, 1982