Fobia é um medo exacerbado, desproporcional e
irracional que dura mais tempo que o medo normal, provoca uma ausência de
controle fazendo com que a pessoa queira evitar a qualquer custo á situação que
lhe causa medo.
Ter medo é natural e faz parte do nosso
instinto de sobrevivência, porém a fobia pode causar perdas e limitar o sujeito
fóbico em suas ações.
A diferença entre fobia e medo é o tempo de
duração e sua intensidade.
Na mitologia, Fobia vem de Fobos que era
filho de Ares e Afrodite. Fobos acompanhava seu pai no campo de batalhas e
incitava os combatentes a fugir (Lefevre,1976).
As reações do medo podem ser de
enfrentamento, fuga ou entrega e a pessoa que sofre deste distúrbio tem um
aumento na produção de adrenalina, seu ritmo cardíaco se altera, assim como sua
respiração, a pessoa sente tremores musculares, hiperatividade, sua parte
motora e cognitiva ficam desorganizadas, a pessoa tem dificuldade de pensar na
hora do medo, tem sudorese, tontura, visão embaçada, palpitações, falta de ar e
muitas vezes se sente “travada”.
Outros sintomas que podem ser apresentados
pelas pessoas que estão sofrendo de Fobia são o choro, diarreia, vômito e
desmaio.
A primeira base da Fobia sempre é a ansiedade
que aparece de forma intensa.
Há várias denominações de Fobia, a mais comum
é a Fobia simples ou específica, que são medos intensos de situações como:
estar na presença de animais, dentistas, determinados objetos, etc.
Outro tipo de Fobia é a social em que a
pessoa sofre de um medo persistente de situações sociais como falar ou comer em
público, ir a lugares em que pode encontrar pessoas conhecidas, dar entrevista
de emprego, etc.
Neste caso a pessoa fóbica coloca muita
importância na opinião dos outros, ela projeta no olhar do outro (imaginário)
que está sendo examinada ou criticada, fica preocupada com o que as pessoas
podem estar pensando a seu respeito.
A Fobia social é diferente da timidez, pois o
grau de comprometimento e intensidade nos campos sociais e profissionais são
maiores.
A Agorafobia é o medo exacerbado por espaços
amplos onde possam ter aglomerados de pessoas, como por exemplo, estádios,
cinemas, supermercados, congestionamentos, etc.
A claustrofobia é o medo de ficar preso em
espaços fechados como elevadores, aviões, salas, túneis, etc.
Existe um número enorme de subtipos de Fobias
que são classificadas de acordo com o objeto ou situação que as causam, porém
as descritas acima são as mais comuns de serem apresentadas em consultório.
De modo geral, quando a pessoa passa pela
situação que lhe desencadeia a Fobia, a ansiedade se eleva e ela enfrenta um
grande sofrimento. Quando ela foge da situação a ansiedade diminui e isso
reforça sua tendência à fuga.
Toda Fobia deve ser tratada em psicoterapia,
pois a autoestima da pessoa que sofre deste problema pode ser abalada e assim
vir a gerar inclusive a depressão.
Na análise Junguiana, a Fobia é tratada com
imaginação ativa que é uma técnica de diálogo com o inconsciente. Por exemplo,
no caso de uma pessoa que sofre de medo do elevador, entendemos que ela está
projetando algum elemento na imagem do elevador, então com o trabalho da
imaginação ativa, a projeção é retirada e o elevador do qual o fóbico tinha
medo, passa a ser somente o elevador que é um meio de transporte.
É importante que sejam identificados e
trabalhados os pensamentos distorcidos, inclusive relacionados a situações
catastróficas que o fóbico tende a prever quando se aproxima do objeto
ameaçador.
Além da técnica de imaginação ativa, também
utilizamos como tratamento o relaxamento, controle da respiração entre outros.
Segundo Jung, todo sintoma é uma tentativa de
auto cura do corpo, portanto o enfrentamento e a busca por ajuda de um
profissional capacitado são fundamentais para que o “medo do medo” seja
resignificado.
Texto
escrito por: Helen Cristina Sellmer Zeviani
Psicóloga
Clínica – CRP: 06/87036 SPContato: (11) 3446-8110 e (11) 99825-6475
Fonte: Lefevre, 1976;
Psicopatologia e Semiologia dos Transtornos
Mentais – Paulo Dalgalarrondo.