Por toda a nossa vida passamos por uma
sucessão de problemas e sofrimentos, estamos inseridos em um meio social e
dependemos das relações interpessoais, passamos por pressões e sentimos o
impacto das injustiças que são cometidas conosco e também com pessoas que são
próximas a nós, portanto a mágoa, raiva e outros sentimentos negativos se tornam
inevitáveis diante dessas adversidades, mas perdoar nos leva a paz pois é uma atitude de
resiliência que preserva a nossa saúde física e mental.
Perdoar muitas vezes não é tarefa fácil e
alguns precisam de um tempo para conseguir, porém é importante colocar
empenho em abrir pelo menos uma fresta da porta para que o perdão venha a
acontecer.
O perdão está ligado às emoções positivas que
devemos cultivar para que não sejamos infelizes. Ao lembrarmos da mágoa que o outro nos
causou, fazemos um resgate de todas as emoções negativas que já experimentamos
quando o fato aconteceu e esse processo pode se tornar um círculo vicioso por
anos e o fato não é esquecido nunca
fazendo assim com que o cérebro fique preso na questão que gera obstáculos para
o progresso, desgaste físico e emocional, além de levar à depressão e
alterações no sistema imunológico que acarretará no aparecimento de doenças.
Não adianta ficar sentado, esperando que um
dia de forma mágica as emoções negativas desapareçam, a instalação da amargura
precisa ser evitada e para isso é necessário ressignificar o que passou mas não quer dizer apagar o fato acontecido, nada apaga as lembranças ruins, mas
quando procuramos dar um novo sentido para o passado conseguimos nos
diferenciar e entendemos que a raiva, ressentimento, ódio, são forças que podem
se transformar em luz para nós mesmos.
Perdoar não é um ato passivo, muito pelo
contrário. Perdoar é um dom que envolve tomar algo de si mesmo e dá-lo ao outro
para que lhe pertença e essa é uma atitude íntima e transcendente (Perdoar =
Doar).
A sede de vingança enfraquece a serenidade e
o raciocínio coerente, leva a uma falsa satisfação além de ser um ato de
imaturidade.
A psicoterapia pode auxiliar o paciente no
processo do perdão, pois é uma importante ferramenta de auto conhecimento e
transformação.
Em psicoterapia o paciente relata o seu
sofrimento e tudo o que estava oculto até então e já nesse movimento acontece
uma mudança na energia psíquica e o paciente já não se sente sozinho.
Depois do relato, vem à descoberta de
possibilidades e potencialidades, um entendimento do que causou o sofrimento,
fraquezas e emoções.
Num terceiro passo, o paciente começa a agir
e se preparar para assumir uma nova atitude perante a vida e assim acontece a
individuação e crescimento.
Um diálogo entre consciente e inconsciente
acontece em psicoterapia, assim como a busca por soluções e o processo de cura
se torna atingível e consciente para o paciente.
Existe um método criado por Everett
Worthington (Psicólogo que pesquisou sobre o perdão) que auxilia muito aos que
desejam perdoar. Nesse método, Everett
aborda que para facilitar o perdão é preciso procurar não dar ênfase ao
acontecimento, recordar a ofensa sem potencializá-la e respirar profundamente
quando estiver recordando.
Pensar do ponto de vista da pessoa que lhe
causou o dano, quais os motivos que o levaram a cometer tal ação.
Lembrar-se dos momentos em que se sentiu
culpado e foi perdoado.
Afirmar para si mesmo que pode ficar acima da
mágoa, rancor e vingança e pensar quais os benefícios que serão proporcionados
ao seu corpo cultivando os sentimentos negativos.
Convido a todos os leitores deste artigo a
pensar que todos nós temos limitações e que podemos também aprender e evoluir
muito com as ofensas e injustiças que nos acontecem, pois através delas
adquirimos ferramentas que nos preparam para a vida e nos humanizam.
“Somente aquilo que somos realmente tem o
poder de curar-nos“ – Carl G. Jung.
Texto
escrito por: Helen Cristina Sellmer Zeviani
Psicóloga
Clínica
Contato:
(11) 3446-8110 e (11) 99825-6475
Fonte: Processo REACH – Everett Worthington Jr.
Falarmos sobre o perdão e o caminho para nossa "completação"...
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